sexta-feira, 31 de julho de 2015

Oceano

Abraço o Oceano na sua vastidão
Como Ismália, quero a lua do céu e do mar
Sinto a tentação de voar da minha torre
Como a gaivota, as asas de par em par!

Abraço o Oceano em busca de aconchego
Ouço sua música no contínuo vai-e-vem
As ondas quebrando com a força da natureza
Assim como a natureza quebra meu corpo!

Abraço o Oceano minha estranha solidão
Solidão de puro capricho, ou destino,
Nos caminhos da vida ao longo do tempo
No amor de retalhos do meu coração!

Abraço o Oceano na sua sabedoria
Persistente no ir e vir, quebrando pedras
Imponente na sua solidão, comanda o tempo
Permanente dia e noite em movimento!

Abraço o Oceano como em celebração
Tema dos enamorados, poetas, cantores
Se faz romântico no seu ir e vir
Ou se faz em fúria engolindo a terra!

Abraço o Oceano na sua caprichosa beleza
O rico azul das águas profundas
Riscadas por ondas atrevidas
Beija a terra ajoelhada aos seus pés!

Abraço o Oceano imenso indiferente ao tempo
Indiferente à vida dos homens infinitamente curta
Com a certeza de se saber eterno, infinito
Não conhece o medo que o fim inspira!

terça-feira, 28 de julho de 2015

Dia de Branquinha

Hoje é o dia de Branquinha, minha gatinha predileta.
Ela é muito camarada e é Mágica. Ensinou que mesmo uma
pessoa muito pequenininha pode ajudar a um grandalhão.

Saí do Reino de Cleópatra, para voltar a dar um passeio na Floresta Mágica, onde as árvores falam, o riacho canta, e as flores saltam.
Um pedacinho de avenura dos Cinco Gatos Mágicos.


quinta-feira, 23 de julho de 2015

Viver


Eu vivo, apesar de todas as pedras que enfrentei.
Vivo, vivi  e viverei sempre até que a morte me separe da vida.
Fui tocada por ter recebido uma mensagem com o poema "O valioso tempo dos maduros", de Mário de Andrade.
"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver ... tenho muito mais passado do que futuro!"
Eu tambem tenho muito mais passado do que futuro, mas, olhando para o meu passado, vejo que vivi muito bem, não desperdicei um minuto da minha vida, nem nos momentos mais complexos ou os mais simples, eu vivi, porque só tendo vivido o que vivi sou hoje o que eu acho que sou.
Não digo que devia ter ido mais ao cinema, ou ter tido menos trabalho, ou ter amado mais, ou ter deixado de fazer mais qualquer coisa.
Porque acho que tudo o que fiz e vivi foi com o sentimento como alavanca, dando o máximo que eu poderia dar, na dor, na alegria, no trabalho, no amor.
Tive uma vida plena de satisfações e recompensas e até o momento presente ainda penso que estou fazendo o meu melhor.
Afinal cada ruga embeleza meu passado, significa que vivi.
Minhas mãos estão menos ágeis, porque muito as usei e usarei até que o último dedinho não possa dedilhar.
Meu coração pode tropeçar na batida, mas continua tão jovem e pleno de amor como nos meus mais tenros tempos.
Amar não se perde no tempo, ao contrário, ganha forças,  a força dos amores, das paixões, da natureza, do simples fato de ver minha plantinha abrindo suas flores para mim.
Tem amor na trsiteza, no luto, na solidão; amor de mãe, de avó, de irmãs, primos, amigos, o amor nunca se esgota.
Vivi muito sim e por isso tenho muitas histórias para contar; trabalhei muito com muito prazer e os dissabores do dia a dia não fizeram sombra sobre os resultados.
Fiz erros e acertos, tive raiva, tive amor, tive emoção, paixão, sempre.
Tenho muito mais passado do que futuro, mas isto não importa. Importa o tempo presente, o bolso carregado de boas lembranças, a noite cheia de sonhos; eu sonho por isso eu sou.
O futuro se faz a cada minuto, a cada dia, não vale especular.
E digo que vivo e não que sobrevivo: meus pés me acordam doendo, estou viva, tenho pés; minhas pernas sofrem mas eu ando e nunca, nunca  vou abrir mão dos meus sonhos.
Não tenho remorsos, só sinto paz que se sobrepõe a qualquer sentimento.
As vezes minhas poesias refletem tristeza, outras refletem solidão, nas entrelinhas sempre a paixão.
As tristezas se desfazem no tempo e se transformam em boas memórias; a solidão é um mero estado de espírito, ajuda a entrar mais fundo no próprio coração; as paixões, ah! as paixões são eternas enquanto sou.


terça-feira, 14 de julho de 2015

Poesia

Hoje estou na poesia.
Tenho saudades que não podem ser apagadas.
Quero ver as saudades como memórias de bons momentos.
Apesar de Sjögren, gostaria de escrever mais um verso ou uma prosa.
Quem sabe eu conto um conto.
Mas estou é vendo o tempo passar...
No meu cantinho da poesia publiquei um poema, ou verso,
lementando as asas perdidas.
Hoje acho que talvez possa criar novas asas,
      talvez menores,
      talvez mais leves,
Assim aqui eu discordo de mim mesma,
do que publiquei no cantinho da poesia...
Será que o poeta sempre diz a verdade,
Fala de um momento real que um dia viveu,
conta um momento de outro que assistiu,
um momento que nunca existiu!
Preciso correr atrás do tempo
porque o tempo corre à minha frente!
Quem visitar meu cantinho da poesia haverá  de saber
E de me dizer se é possível criar novas asas...






segunda-feira, 13 de julho de 2015

Jacaré - 45 Anos

Vejam que glória, 45 anos de formatura vamos completar no próximo dezembro.
A turma, que se denominou Turma do Jacaré, já está se mexendo para um bom fim de semana de brincadeiras e muito para relembrar que será em algum hotel em dezembro.
Fomos estudantes de engenharia nos anos 60 - formamos em 1970.
Grandes aventuras, o sentimento de guerreiros, a juventude, a Cidade Universitária deserta, éramos uma única turma dentro de um prédio enorme que se mantém até  hoje.
Lembro a honra doída dos engenheiros quando a escola deixou de ser Escola de Engenharia para ser Centro de Tecnologia.
Fomos levados assim para a Várzea porque queriam separar as turmas de engenharia, políticas que eram na Rua do Hospício.
Mas mesmo na Várzea foi possível e provavelmente inédito e único, fazermos uma greve geral, do primeiro ao quinto ano, que durou um dia. Ficamos na Várzea com o prédio cercado pela Polícia.
No dia seguinte saiu no jornal a lista completa de todos os alunos de engenharia, do primeiro ao quinto ano, convocancando todos para apresentar uma justificativa pela falta para não ser jubilado. Acho que neste dia muitos médicos tiveram que dar licenças médicas, uma verdadeira virose que se espalhou pela Escola.
As reuniões nas ruas, corridas da polícia, a atmosfera do proibido eram incentivo a mais movimento.
Na época dos trotes que desfilavam pelas ruas, nossa turma preparou cartazes, mas antes da saída da Várzea para a cidade, a polícia deu fim aos cartazes. Então saimos mesmo assim cantando a Ave-Maria. Marchamos enlutados, cantando, pelo centro da cidade, cercados pela polícia que, apesar de muita atenta, não evitou que repentinamente alguém subisse num carro e fizesse um discurso de liberdade, o que levou a polícia a desmontar nosso desfile.
Foi uma época de ouro em que os estudantes era politizados e principalmente formavam turmas, pois seguíamos juntos os cinco anos fazendo as mesmas matérias durante os dois primeiros anos, depois nos devidíamos nas modalidades Civil, Elétrica, Mecânica e Engenharia de Minas. Mas tínhamos os mesmo horário, seguíamos no mesmo ônibus, porque só havia um ônibus que levava  e outro que trazia e era só uma vez por dia. E era uma diversão estar neste ônibus.
As vezes não tínhamos aula ,então seguíamos a pé até a praça da Várzea para voltar para a cidade. Andávamos em bandos.
Criamos grandes amizades que mantidas e renovadas a cada celebração de aniversário da formatura.
Todos somos Jacarés, de onde veio este nome eu não sei.
Mas sei que tenho o maior orgulho de ser Jacaroa!




sexta-feira, 10 de julho de 2015

Minha Vida sem Lili 2

Ontem, ao me deitar para dormir, percebi o que estava estranho na minha cama; não tinha Lili.
Ela dormia nos meus pés quentinha, aconchegada. NêgaFlor também, mas a Nêga era mais na ponta da cama.
Cheguei a uma conclusão: dormi mais tempo na cama com Lili do que com qualquer um dos meus maridos....
Nenhum casamento meu durou 13 anos seguidos.
Não sei se estranhei a falta de Lili ou o tempo mais curto dos casamentos.
Sei que a falta de Lili dói mais, porque não foi pensada, não foi desejada, foi apenas uma surpresa ou uma revirada que a vida me deu.
Minha vida sem Lili será diferente; vai surgir de uma mudança profunda do meu viver, eu que nunca vivi sem meu Pet, cachorrinhos ou gatinhos, desde que nasci, quando conheci Apolo e Diana.
Dizem que as pessoas se adaptam às mudanças e de alguma forma renascem mesmo sem perceber.
Como nunca vivi sem meu Pet amigo, não sei como será, mas com certeza serei diferente, mudarei uma parte de mim.
É claro que netas e filhos são fundamentais, enchem a vida de amor, alegria, carinho, ocupação, preocupação, não deixam vazios na nossa vida, pelo menos não na minha vida.
Maridos também foram importantes e, como os filhos e netas, encheram minha vida de amor, alegria, carinho, ocupação e preocupação.
Família, parentes e amigos também.
Mas o vazio de meu Pet, no momento na figura de Lili, não tem como tampar.
Os que criam pets sabem disso: pode ser de raça ou vira-lata, cabeludo ou despelado, mas sempre aquele amigo fiel, que lhe dá tanto amor, que lhe recompensa com dedicação, gerando um sentimento puro, inocente, indescritível.
Eles, os pet, sentem como nós, os donos: olham nos nossos olhos com o amor como nós olhamos para eles; esperam de nós carinho e nos recompensam com carinho; sentem nossos sentimentos, entendem quando estamos tristes ou alegres, vivem a vida misturados na nossa vida.
Assim é Lili, como são BoloFofo e NêgaFlor.
Assim como são Olívia e Zeena ou Mia.
Assim como foram Gorby e Cindy, Falina, Kitty, meus gatos, Mito, Florzinha, Apolo e Diana, Boris, Xuxu,  e mais uns tantos...
Minha vida sem Lili não sei como vai ser, mas será sempre Minha vida sem Lili.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Minha vida sem Lili

Para nós humanos separações e perdas são sentimentos tristes mas que nós racionalmente vamos nos adaptando e superando. Para os animais isto não se aplica; o animalzinho de estimação querido quando passa por uma drástica separação, sofre muito, fica deprimido, perde a referência.
O animal sofre mesmo que esteja aquecido por outros braços, mas  nunca vai esquecer seu dono e seu dono sofre pela perda e pelo sofrimento do seu cãozinho desaparecido, ou seu gatinho de estimação.
Só as pessoas que já amaram um animal de estimação e criaram e tiveram sua companhia, amor, lealdade, entendem o sentimento que estou aqui comentando.
Eu tinha três amores, todos nascidos na minha cas; Lili foi a primeira, logo depois nasceu Bolofofo,
e em mais três dias nasceu a NegaFlor.
Circunstâncias me fazem separar destes três amores que me deram tanto e que hoje sofrem por esta separação,  Lili deprimida, eu sei; meu coração também.
Ah! Se todos soubessem o amor de um cão, ou o carinho de um gatinho...
Posso superar o sofrimento da falta de Lili e Lili, poderá esquecer também?  Vai se tornar uma triste cadelinha já velhinha que só conheceu um lar na vida e, quando o seu  fim se aproxima, seu mundo se desmorona.
Minha vida sem Lili terá sempre um vazio do tamanhinho dela, um vazio do seu cantinho morno dormindo nas minhas pernas, se esquentando na ponta do meu cobertor...
Bolofofo pegando um frio na frente do ventilador...
NêgaFlor roncando satisfeita, esparramada ao lado dos meus joelhos...
Como será minha vida sem Lili...