quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Jacaré

Ainda dedilhando por efeito da fratura no úmero - incrível como uma fratura no úmero quase no ombro se consolida e mantém o antebraço e o pulso semi incapacitados além do pobre cotovelo - mas
tenho uma mosquinha fazendo cócegas nos meus ouvidos que me manda escrever,  pensando em um dos nossos colegas de turma da Engenheiros-70, o Jacaré, que ora padece internado numa UTI.
Os Jacarés são muito unidos e estamos neste ano comemorando 45 anos de formatura e portanto bodas de ouro do nosso conhecimento, já que naquela época cada turma era realmente uma turma, todos juntos feito mosqueteiros, chegávamos e saíamos juntos num único ônibus da UFPE na descampada que era a universidade, ou tínhamos que andar até a Várzea para pegar um ônibus comum de retorno.
Eu entrei nas comemorações de formatura quando das festas e comecei a participar com mais vontade desde então.
É uma delícia o reencontro - as mudanças, o reconhecimento, as brincadeiras.
Não conheço uma turma que saiba comemorar melhor do que a dos Jacarés e agora estanos todos numa corrente pelo nosso amigo doente.
Alguns já se foram. Não se sabe quantos estarão na festa de 50 anos, e assim não devíamos perder
um só instante destes momentos que são tão rejuvenescedores em que brincando nos sentimos perenes.
Acho que o novo sistema de créditos usado pelas universidades, acabou com o encantamento do sistema anterior quando todos juntos entrávamos na Escola de Engenharia, orgulhosamente na época, e permanecíamos juntos por longos 5 anos de estudos e trabalhos recheados de outras atividades, 5 longos anos que hoje considero que foram tão curtos.
Ser Jacaré pra mim é um grande orgulho, ter feito parte de uma turma que até hoje se mantém unida, amiga, comemorativa.
A continuidade destes encontros a cada ano nos dea novo fôlego e acho que somos um bom exemplo para nossos filhos e netos, muitas vezes presentes nas festas.
Que o nosso desejo de recuperação chegue até o amigo e lhe dê forças para uma rápida recuperação.
Estamos com você, JACARÉ.


quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dia do Poeta



A lua está quase cheia
é saudade
saudade que é  lapiseira e trago nas mãos.
Escrevo,
lembro o fogo que já me tomou
que me deixou trêmula
banhada em delírios
meus olhos em farol alto!
E a lua quase cheia
foi o voo que me levou
às estrelas dos meus planetas!
Meu sonho vagando na linha do horizonte
onde o céu se confunde com o mar,
e a dor com o amor!
Saudade é olhar nestas estrelas
sorrir sem saber por quê;
Deixar que uma lágrima
seja beijo em meu rosto,
Lembrando a saudade
uma pequena lapiseira azul 
nas minhas mãos!
A lua está quase cheia

escrevo...


sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Volto Dedilhando

Volto dedilhando com um só braço ativo.
Um minuto que passa e o mundo desaba
Revirada na vida, sem respeito, sem licença
Uma queda, caí, quebrou...
É a sina da dor...
Fratura assim sem razåo,
Doi a fratura que quebra
Doi o braço fraturado
Doi o ombro que segura o braço
Doi o corpo que segura o ombro
Doi a cabeça que pensa na queda
e no que vem depois da queda,
que rompe o caminho, muda o amanhã,
eu que não posso perder mais tempo...
Consola o carinho de quem me acolhe,
os cuidados, uma fruta, um chocolate,
curativos para a dor física, afagos para o coração.
Gratidão é como posso retribuir,
porque carinho, amor, compreensão
não tem preço!
Este instante atrevido, me joga pra trås
e eu, tolamente, tento sorrir.
Volto pra minha Torre da Boa Vista,
Volto dedilhando, busco refúgio
Chego eu numa encruzilhada,
Onde abrigo meu coração...
Deus, que caminhos foram estes por onde andei,
que plantas cultivei, os frutos, as flores...
Eu caí, não quis cair, mas caí,
Será que quem me viu cair
Sofre mais  do que quem cai?
eu que caí e não queria cair
e quebrei meu braço de cristal?
Devo pedir desculpas porque caí.
Peço desculpas por minhas fraquezas.
Afinal tenho sorte, só quebrei um braço....